Ruy Jobim, especial para o Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

Basílio e Natinha - Créd. Ruy Jobim Neto
Quem melhor do que um super-herói para abrir uma compota de palmito? É a pergunta de um milhão de dólares para a qual o lendário editor da Marvel, Stan Lee, sempre teve a resposta. Marcos Gomes, o dramaturgo, também se deparou com essa pergunta e se colocou a respondê-la em sua peça Basílio, O Destemido, sob direção de Marcos Loureiro, e que está em cartaz no Teatro da Memória do Instituto Cultural Capobianco, em São Paulo.
Fãs de quadrinhos de super-heróis, ambos, o autor Marcos Gomes (do recente Mariposas Não Sobrevoam Lâmpadas Halógenas) e o diretor Marcos Loureiro (de La Música) vasculham o universo lúdico daquelas vãs criaturas que são metade alienígenas, metade milionários, metade fotógrafos, mas que também são metade super-heróis.
A vida tece, vez ou outra, umas atrozes armadilhas no caminho dessas pessoas de identidades secretas e vidas duplas e que têm como missão escrita a ferro e a fogo em suas testas: salvar o mundo.
É o caso de Basílio, o super-herói que decreta, para o horror de todos, a sua própria aposentadoria, por mero tédio: ele pode perfeitamente saltar de cima de um edifício que não vai morrer. E nessa aposentadoria, os passos do herói o fazem entrar na escura caverna da hipocrisia humana.
Sob a iluminação e a direção de Loureiro, Basílio se despe. Há um quadro inicial de sua HQ particular, colocado na diagonal, chamado tecnicamente de “splash”, aquele mesmo em que o herói se apresenta e apresenta algum dilema por resolver. Aqui, ele cumpre a missão e resolve o dilema: tira o uniforme de herói, simplesmente, e sai da História para virar gente comum. Nisso, o mundo despenca à sua volta. Continue lendo →
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