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Alinne Moraes é Dorotéia

29 jul

Nanda Rovere, especial para o Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

Teatro Raul Cortez recebe peça escrita por Nelson Rodrigues

SÃO PAULO – Depois de temporada no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro, Dorotéia chega a São Paulo. A atriz Alinne Moraes é a protagonista da montagem que conta a história de Dorotéia, prostituta que abandona a profissão após a perda de seu filho e procura a família em busca de salvação. No elenco estão: Gilberto Gawronski, Alexandre Pinheiro, Keli Freitas, Marcus Majella e Paulo Verlings. Dirigida por João Fonseca, a peça fica em cartaz no Teatro Raul Cortez até 14 de outubro.

Em Dorotéia, considerada por muitos uma obra maldita, Nelson coloca em questão como a sociedade condena as pessoas por sua beleza. Doroteia vai à casa de suas primas Dona Flávia, Carmelita e Maura, que são viúvas e muito feias. As três a repudiam devido à sua beleza.

São personagens que reprimem os seus desejos sexuais e para evitar que o pecado tome conta de sua residência, Dona Flávia impõe uma condição para aceitar a presença de Doroteia: que ela fique feia.

Alinne Moraes entrou em contato com o texto há dois anos e se identificou com a trajetória da prostituta que precisa se enfeiarpara assim não chamar mais a atenção de ninguém e ser aceita pelas parentes.  A atriz contou que muitas vezes quis se tornar feia para passar despercebida entre as pessoas. Continue lendo

Saudades da Grande Mãe Célia Helena

2 maio

Michel Fernandes, do Aplauso Brasil (michel@aplausobrasil.com)

A atriz Célia Helena - foto acervo Lilian Herrerias

SÃO PAULO – Daqui a alguns dias celebraremos o Dia das Mães. Tenho a sorte de ter diversas mães: Sueli, Sonia, Noemia e por aí vai. Mães artísticas, também, tenho um sem número, mas certamente minha Grande Mãe das artes é Célia Helena. Abaixo segue o breve perfil que escrevi para o jornal da VII Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo.

A Grande Mãe

Atriz, professora, amiga… Podemos definir essa Grande Mãe Artística com os  mais doces e inequívocos adjetivos superlativos, porque privilegiados, como eu, receberam dela o legado do amor ao teatro.

Pioneira em lançar uma escola de teatro dirigida aos adolescentes, Célia ousou abrir mão de uma carreira prodigiosa – atriz premiada, foi uma das fundadoras do Teatro Oficina – em favor da preocupação em formar atores mais preparados, ou como dizia, “pelo menos formar espectadores mais conscientes”. Continue lendo

Rodrigo Lombardi vive no palco o mito de Dom Juan

10 abr

Maurício Mellone, editor do Favo do Mellone site parceiro do Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

O ator Rodrigo Lombardi protagoniza clássico de Molière

Montagem do clássico de Moliére é assinada por William Pereira, responsável também pela cenografia e trilha sonora. No elenco, ao lado de Rodrigo estão Eduardo Estrela, Clarissa Kiste e Roberto Arduim entre outros

SÃO PAULO – Moliére há mais de 400 anos debruçou-se sobre o mito do sedutor e galanteador Dom Juan e não é por acaso que seu texto é um clássico até os nossos dias. Em tempos de conquistas pela internet e relações fugazes e descartáveis, nunca as artimanhas da conquista de um personagem tão elegante e sedutor como Dom Juan calam tão fundo nas plateias atuais.

No espetáculo Dom Juan, em cartaz no Teatro Raul Cortez, o ator Rodrigo Lombardi faz o personagem título, William Pereira assina a direção e o professor Jorge Coli foi o responsável pela tradução do texto de Moliére.

“Não vamos nos preocupar com o mal que pode nos acontecer, vamos nos preocupar com o que pode nos dar prazer.” Esta frase é a síntese do sedutor Dom Juan, mas poderia ser atribuída a qualquer conquistador de hoje, que utiliza os meios virtuais para seus galanteios e amores fortuitos. O diretor vê no texto clássico de Moliére uma atualidade e mais do que comédia, a peça é uma “quase tragédia”: Continue lendo

É de morrer de rir!!!!!

3 fev

Maria Lúcia Candeias*, especial para o Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)

Parlapatões fazem rir com resumo de Shakespeare

SÃO PAULO – De Shakespeare pouco mais do que o título de uma das peças – a mais engraçada –, PPP@WllSkspr.br h que está em cartaz comemorando os 20 anos de farra dos Parlapatões e seus fãs. Sem dúvida há algumas frases do Bardo, cujas melhores obras são os dramas. Felizmente, porque se é um autor que influenciou todo o teatro até os nossos dias, certamente não foi bom comediógrafo e sem dúvidas nem precisava ser.

Os três atores, Hugo Possolo, Raul Barreto e Alexandre Bamba estão arrasando, como sempre. A sensação é a de que se assiste a uma improvisação constante e surpreendente até para eles mesmos. Maravilhoso. É claro que essa sensação é uma ilusão do público graças à, como sempre irretocável, direção de Emílio de Biasi e ao carisma dos atores que, vez por outra, englobam parte ou todo o auditório na performance. Imperdível. Continue lendo

Fernanda Montenegro reverencia Simone de Beauvoir

14 out

Maurício Mellone* (aplauso@gmail.com)

"Viver Sem Tempos Mortos", agora no Teatro Raul Cortez

Em Viver Sem Tempos Mortos a grande atriz brasileira faz uma homenagem e resgata para as novas gerações a personalidade marcante da escritora, pensadora e ensaísta francesa, que ao lado de Jean-Paul Sartre criou o Existencialismo no século passado

Plateia do Teatro Raul Cortez lotada (com cadeiras extras). Informes iniciais quase sussurados. Silêncio respeitoso. Pronto, o rito do teatro estabelecido. Ouvem-se somente passos. Uma cadeira, focos de luz das duas extremidades do palco e outro na cadeira. Fernanda Montenegro entra, senta-se. Viver Sem Tempos Mortos começa.

São 60 minutos, mas o bastante para Fernanda de Beauvoir ou Simone Montenegro discorrer uma vida. E não uma vida qualquer. A trajetória da vida de uma mulher intensa. Da criança de uma família burguesa da França que, com a dificuldade financeira dos pais, tinha como distração somente os livros.  Estes, companheiros inseparáveis, que contribuíram para a formação de Simone de Beauvoir, uma professora, escritora, ensaísta que revolucionou o pensamento da Humanidade em meados do século 20. Continue lendo

Direção que vem da escola

10 jan

Célia Helena e Raul Cortez, mãe e pai de Lígia Cortez

Artigo de Michel Fernandes para o jornal Diário de São Paulo publicado na edição impressa de 09/01/2011

Em 1977, a atriz Célia Helena notou certa dificuldade em encontrar um curso especializado em teatro para jovens. Buscava um caminho para que Lígia Cortez, sua filha com o ator Raul Cortez, iniciasse sua trajetória investigativa nas Artes Cênicas. Nascia o embrião do Teatro-escola Célia Helena que alguns anos depois se tornaria curso profissionalizante pioneiro, responsável pela profissionalização de grande número de artistas do teatro brasileiro (Carolina Kasting, Jay Vaquer, Antonio Caloni, Eric Nowinski, Hugo Picchi, Fabiano Augusto, Jiddú Pinheiro, são alguns exemplos) ou, no mínimo, grandes apaixonados pelo teatro, conforme desejo da atriz.

A morte prematura de Célia, com seu sorriso maternal afagando os jovens ansiosos pelo futuro que é tão incerto, ao mesmo tempo exigente feito mãe zelosa a incitar seu filho na entrega vertical do conhecimento, para que ele domine os instrumentais que tornam mais eloquente seu desempenho

Lígia Cortez

profissional, permanecem inalterados graças a competência de Lígia Cortez, atriz de qualidade insuspeita, que tomou a missão da mãe na formação de novos artistas com tal zelo e competência, que obteve a nota máxima do MEC garantindo que a escola ampliasse seu espectro educacional.

Agora, além do curso técnico profissionalizante, há a Escola Superior de Artes Célia Helena que, agora, oferece um curso de pós-graduação, Lato Sensu, em direção, com profissionais do mais alto gabarito (Cida Moreira, Denise Weinberg, Flávio Desgranges, Marco Antonio Rodrigues, Ulisses Cohn, Antonio Araújo, Marcelo Lazzaratto, entre outros). As aulas são das 9h ao meio-dia e das 13 às 18 horas, sempre aos sábados, durante um ano e meio. As inscrições vão até o dia 13 de janeiro e são apenas 30 vagas. A aula inaugural, com o prof. Dr. Márcio Aurélio (Unicamp), será no dia 29 de janeiro de 2011.

Em entrevista exclusiva a Michel Fernandes, Lígia Cortez falou mais sobre o curso e projetos da Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH). Continue lendo