Luiz Líbano, especial para o Favo do Mellone (aplauso@gmail.com)
Em Solidão, a Comédia, Maurício Machado vive cinco hilários personagens criados por Vicente Pereira, com a direção de Claudio Tovar
SÃO PAULO – “Segura o turbante, meu bem, e sinta o ritmo’’. A frase é de Vicente Pereira, autor da peça Solidão, a Comédia, em cartaz no Teatro NeXT, depois de temporada de 6 meses no Rio de
Janeiro.
Certamente o ator Maurício Machado se valeu de muita coragem, ousadia e espírito leonino para alçar um voo tão alto e solo num parque delicado, que é aquele em que se encontra a insulação.
Já o tinha visto em Um passeio no Parque (2006), peça do dramaturgo australiano David Stevens. Nela, Maurício dividia a cena com um fera do teatro Rogério Froes e com a atriz Bárbara Bruno. Com o ator mais velho, que representava o seu pai, trocava uma bola de igual para igual, com uma desenvoltura impressionante. Chamou-me a atenção a paixão e a dignidade com as quais desempenhou sua personagem. Além disso, irradiava carisma e se mostrava uma bela figura em cena.
Agora, nesse seu primeiro trabalho solo, Maurício merece elogios pela escolha de um texto significativo para a história do besteirol na dramaturgia brasileira; inclusive a estreia do espetáculo coincidiu com uma interessante e elucidativa exposição (no próprio teatro) sobre esse gênero, provavelmente desconhecido pelos jovens da geração atual. Continue lendo